terça-feira, 11 de agosto de 2015

Trabalhando MONDRIAN na Educação Infantil



     Piet Mondrian, artista neoplástico, cubista e abstracionista,  artista que possibilita inúmeras contextualizações em vários níveis de ensino, como já foi anteriormente postado uma proposta de contextualizar as obras do artista com os temas das cores primárias e a data festiva da páscoa, hoje trago um proposta para Educação Infantil.
         
        O ensino de Arte na Educação Infantil ainda é uma tema envolto em discussões quanto a temas a serem trabalhados nesses níveis, temas relacionados a História da Arte ainda são muito pouco trabalhados com crianças de Educação Infantil. Muitos são os motivos alegados, dentre eles a de que crianças nessa idade são muito novas e não irão aprender, que é um tema muito complexo enfim, as desculpas são as mais diversas. No meu entendimento, as crianças são muito subestimas, elas devem ser introduzidas ao mundo das artes produzidas historicamente pelo homem, de forma lúdica, simples em uma linguagem adequada. Na minha experiência docente, constatei que as crianças da Educação Infantil são muito receptivas aos assuntos, as obras e aos artistas, sem preconceitos, sem esteriótipos.

        Trabalhei as cores primárias, com turmas de Jardim e Pré, iniciei sondando os alunos quanto aos conhecimentos prévios com relação as cores, contei de forma bem lúdica o que são e o por que de tais cores serem conhecidas como primárias. Após, apresentei algumas obras impressas de Mondrian e fizemos a leituras dessas obras deixando que os alunos falassem o que viam e observavam. O artista foi apresentado de forma bem simples sem ater-me muito a datas e períodos. Depois de muita conversa, em uma folha de oficio A4, os alunos puderam fazer sua releitura das obras utilizando recortes de papel colorido e cola. Os materiais utilizados foram tiras de papel preto para representar as linhas e quadrados nas cores primárias para compor o trabalho. Os alunos observando as posições das linhas e a disposição dos quadrados coloridos fizeram a colagem no papel branco.

       Os alunos se mostraram muito interessados e empolgados, retomando o assunto em aulas posteriores eles conseguiam relacionar as obras ao artista, reconhecer as linguagens visuais empregadas nas obras. Mostrando que as crianças desse nível de ensino são muito capazes de aprender a Arte e sua História, sempre levando em conta a linguagem adequada empregada e materiais que venham a desenvolver não só a visualidade e a estética bem como a motricidade das crianças.









domingo, 16 de novembro de 2014

31ª Bienal de Arte de São Paulo


Arte contemporânea




      Ao visitar a 31ª Bienal de Arte, pude apreciar fisicamente pela primeira vez a arte contemporânea.
E sem dúvida nenhuma ela superou minhas expectativas, não imaginei que fosse ser diferente, com certeza impactante, provocante e instigante.




    A arte contemporânea de fato não é uma obra que ao batermos os olhos somos capazes de identificar imediatamente os conceitos e as intenções do artista. A arte contemporânea nos faz pensar, refletir e até duvidar de nossos próprios pensamentos, conceitos e ideologias. A princípio imaginei que tinha a obrigação de entender de cara a intenção do artista, compreender instantaneamente o motivo de tal instalação ou tema, mas após andar por toda a bienal, conversar e discutir com meus amigos e colegas, percebi que surgiram as mais diversas opiniões, conceitos e observações. Particularmente acredito que essa seja a intenção da arte contemporânea, provocar essa miscelânea de ideais, discussões e observações, a partir de um conceito inicial do artista . 



    Enfim, o mais interessante de toda essa experiência foi poder interagir, sentir, cheirar e ouvir a obra, apreciá- la com todos os sentidos de meu ser e acredito que por isso as opiniões são distintas quanto as obras, pois, cada indivíduo percebe, sente e vive o mundo a sua volta diferentemente.



Por Claudia P. S. Azevedo.



sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Salvador Dalí




Salvador Dalí, o mestre do surrealismo. Um gênio na arte em representar a ilusão, o sonho, o irreal e o subconsciente.  Nas formas mais bizarras é possível observar a beleza , os cuidados e a atenção  aos detalhes tão realistas no meio da confusão são fascinantes, resultado do talento inegável de Dalí. Ele soube usar as cores, a luz, a disposição das imagens na tela de forma ímpar, cada uma possui características únicas e extraordinárias. Aqui não cabem elogios à Dalí e à sua obra.



Tive o prazer de visitar a exposição de Salvador Dalí em exibição no Instituto Tomie Ohtake em São Paulo, foi uma experiência surreal. Onde é possível observar a evolução de Dalí no surrealismo que teve o início influenciado pela corrente cubista.

Auto retrato cubista - 1923

É curiosa e ao mesmo tempo deslumbrante a criatividade e a imaginação do artista na criação de suas obras, como na obra "O Espectro do sex appeal", de dimensões tão mínimas,  mas com uma riqueza de detalhes , beleza e o uso das cores com perfeição  de tamanho inestimável.

"O Espectro do sex appeal" 1934


As aulas de artes inspiradas em Salvador Dalí, são um prato cheio de ideias para atividades, pois podemos trabalhar com o imaginário, o lúdico e o sonho das crianças sem nenhum estereótipo ou preconceito, o que nas crianças e adolescente é tão fértil e pouco explorado. Além de que as obras de Dalí, pela sua imensa quantidade de detalhes  propicia leituras de imagens riquíssimas.

Por Claudia P. S. Azevedo



“O palhaço não sou eu, mas sim esta sociedade monstruosamente cínica e tão ingenuamente inconsciente que joga ao jogo da seriedade para melhor esconder a loucura.”
Salvador Dalí



quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Trabalhando Portinari


Cândido Portinari um dos maiores artistas plásticos brasileiro, com mais de 5 mil obras, desde pequenos esboços à enormes painéis. Trabalhar Portinari em sala de aula sempre é muito gostoso, pois nas obras é possível identificar muito do nosso cotidiano. E um dos temas mais divertidos de se trabalhar são as brincadeiras infantis, tema usado por Portinari para retratar sua infância em Brodowski cheia de brincadeiras e histórias. Esse tema pode ser trabalhado em todos os níveis da educação tanto nas séries iniciais quanto no ensino médio, e o mais interessante é observar como cada idade se comporta e vê o mundo das brincadeiras.
Podemos trabalhar as brincadeiras de inúmeras maneiras, o mais importante é deixar a imaginação rolar e se divertir, porque de criança todos temos um pouco ou muito dentro de nós .

Algumas sugestões de aulas usando como inspiração as obras de Cândido Portinari:

1ª aula

Objetivo geral: Conhecer o artista Candido Portinari

Objetivo específico: Conhecer a biografia do artista e um dos temas abordados pelo artista as brincadeiras infantis.

Recursos: Video biográfico do artista Cândido Portinari, disponível em:
 Datashow, para apresentação de algumas obras do artista.

Sequência didática: Pode ser feita a apresentação do vídeo de uma breve biografia de Cândido Portinari, após apresentar obras que abordam o tema das brincadeiras.

Em seguida realizar uma discussão, para levantamento dos conhecimentos prévios dos alunos sobre o artista estudado e o tema abordado nas imagens.
Se os alunos conhecem algumas das obras? Onde as viram?
Que brincadeiras os alunos identificaram nas obras de Portinari?
Quais delas os alunos já brincaram? Quais são as suas preferidas e quais os alunos não conheciam?

Após essa discussão realizar uma atividade dinâmica de brincadeira, tendo como inspiração a obra Meninos pulando carniça e Roda infantil, os alunos brincarão de roda e pular carniça.

Avaliação: Os alunos serão avaliados pela participação e cooperação nas atividades propostas, podendo ser feita de forma oral ou escrita uma avaliação sobre a vida e obra de Portinari e as brincadeiras estudadas.

Anexo: Imagens das obras Roda infantil e Meninos pulando carniça de Cândido Portinari


     

    





2ª aula

Objetivos gerais: Releitura de imagem da obra de Portinari

Objetivos específicos: Propiciar ao aluno a apreciação das obras do artista, além de conhecer o valor artístico e histórico que elas representam.
Contextualizar as obras e as brincadeiras com o seu cotidiano.
Fruição artística através da releitura de obras e produção de obras utilizando a obra de Portinari como referência e inspiração.

Recursos: Imagem da obra Soltando papagaios de Cândido Portinari, cartolina, tinta guache e pincéis.

Sequência didática: Será apresentada a obra Soltando Papagaios de Portinari, e será aberta uma discussão sobre ela:
O que é o papagaio? Como é que os alunos conhecem o papagaio?
Se já realizaram tal brincadeira?
Se conhecem algum formato diferente de papagaio?
Após uma breve discussão sobre o assunto, os alunos realizarão uma releitura da obra utilizando-se de cartolina, tinta guache e pincéis para tal.

Avaliação: Os alunos serão avaliados pela participação e cooperação nas atividades propostas, bem como será observado o domínio da técnica de pintura com tinta guache e o entendimento de como se realiza uma releitura de obra.

Anexo: Obra Soltando papagaios de Cândido Portinari




3ª aula

Objetivos gerais: Trabalhar a brincadeira “Soltando pipa”

Objetivos específicos: Proporcionar ao aluno o processo de criação de seus próprios brinquedos;
Desenvolver sua coordenação motora fina e criatividade, no processo de confecção do brinquedo;

Recursos: Papel seda de diversas cores, espetinhos de madeira, cola, barbante.

Sequência didática: Ainda inspirados pelas várias obras de Portinari que abordam o tema com papagaios e pipas, os alunos confeccionarão o seu próprio brinquedo, que nesse caso a pipa de papel.
Seguindo as orientações do professor (a) os alunos montarão a estrutura da pipa com os espetinhos de madeira e barbante, em seguida cobrirão a estrutura com papel seda na cor que quiserem, deixando-os livres para ornamentar a pipa com desenhos, colagens, pinturas, acrescentando ao final a rabiola da pipa. Sendo esse brinquedo o suporte para a criação artística dos alunos.


Avaliação: Os alunos serão avaliados pela participação e cooperação nas atividades propostas, bem como será observado à criatividade na elaboração da pipa.




terça-feira, 14 de outubro de 2014

Cores primárias, Piet Mondrian e a Páscoa

No ensino e aprendizagem de artes visuais, é indiscutível a importância do estudo das cores, nesse caso as cores primárias e neutras, elas fazem parte da nossa vida, da natureza e são fundamentais nas várias formas de linguagem. Poder contextualizar esse tema, com uma data comemorativa, é de grande significância para as crianças, pois o estudo somente, torna-se muito vago, se o trabalho não é inserido na vivência das crianças e a comemoração da Páscoa, data tão especial e cheia de simbologia, abre inúmeras oportunidades para fazer essa ponte entre o estudo teórico e a prática da arte. A contextualização se torna completa quando inserimos algum artista, que com suas obras, exemplifica o assunto estudado, propiciando ao aluno a apreciação de obras e sua fruição e ainda através da leitura e releitura de imagens, propiciar a criação de arte. No meu caso usei artista neoplasticista Piet Mondrian, que com suas obras do seu período maduro buscam representar suas ideias, com as formas mais simples da natureza, que são as cores puras, neutras e formas geométricas simples.


 O estudo das cores, leitura e releitura e a contextualização de obras, são de grande importância no ensino e aprendizagem de artes visuais. Pois elas são empregadas em várias formas de linguagem, as cores e datas comemorativas são carregadas de significados, simbologias e interferem nas nossas emoções e sentidos. A Páscoa é uma excelente forma de contextualizar as cores, além de ser uma data muito especial para as crianças, que terão como fonte de inspiração para seus trabalhos de releitura, as obras do artista neoplasticista Piet Mondrian, que utilizou em seus trabalhos do período maduro, principalmente as cores primária, neutras e linhas. Propiciando ao aluno no final do trabalho a oportunidade de criação, apreciação e fruição da arte, do artista Mondrian e a sua própria.

Como cita o PCN 1º e 2º ciclos pg.32, “[...] entende-se que aprender arte envolve não apenas uma atividade de produção artística pelos alunos, mas também a conquista da significação do que fazem, pelo desenvolvimento da percepção estética, alimentada pelo contato com o fenômeno artístico [...]”.O estudo da arte, da produção artística, da fruição artística e a contextualização, colaboram tanto no desenvolvimento psicomotor como no desenvolvimento cognitivo da criança. Como aponta Coleto (2010, pg.139) em seu artigo, “Os seres humanos são dotados de criatividade e possuem a capacidade de aprender e de ensinar. A criatividade da criança precisa ser trabalhada e desenvolvida, e é por meio do trabalho realizado com a arte nas escolas que isso será possível [...]”. E para que esse desenvolvimento ocorra, o aluno precisa conhecer elementos como as cores, linhas, luz e sombra, matérias que servirão de suporte, e que esse estudo venha de encontro com o meio em que esse aluno está inserido, proporcionando a ele sentido do que é trabalhado.

O conhecimento da arte abre perspectivas para que o aluno tenha uma compreensão do mundo na qual a dimensão poética esteja presente: a arte ensina que é possível transformar continuamente a existência, que é preciso mudar referências a cada momento, ser flexível. Isso quer dizer que criar e conhecer são indissociáveis e a flexibilidade é condição fundamental para aprender. (PCN 1º e 2º ciclo de artes pg. 19)

Como citado acima, no PCN de artes, conhecer e criar são indissociáveis e para isso efetivamente ocorra, o uso da leitura e da releitura de imagem devem se fazer presente no ensino das artes e nas atividades de aula. Para Pillar (2009, pg.15), “Ler uma obra seria, então, perceber, compreender, interpretar, a trama de cores, texturas, volumes, formas, linhas que constituem uma imagem”, e Pillar (2009, pg.17), continua “ [...] a leitura de uma obra de arte é uma aventura em que cognição e sensibilidade se interpenetram na busca de significados.”

PLANO DE AULA

Assunto: Artista neoplasticista Piet Mondrian contextualizada com a data comemorativa da Páscoa.

Conteúdo programático: Obras do período maduro de sua carreira do artista neoplástico Piet Mondrian, para a apreciação, leitura e releitura, contextualizado com a data comemorativa da Páscoa.

Objetivos:
•           Propiciar ao aluno a apreciação de obras neoplásticas de Piet Mondrian e conhecer a história e a corrente artística do artista.
•           Contextualizar com motivos pascais, os estudos realizados, através da produção artística.
•           Criação e fruição artística através da releitura das obras do artista Piet Mondrian.

Recursos: Imagens das obras de Mondrian impressos em papel fotográfico no tamanho 20x30,casquinhas de ovos que serão o suporte da releitura, pincéis,  tinta guache nas cores primárias e neutras.

Sequência didática: Apresentar aos alunos o artista neoplasticista Piet Mondrian e as obras da sua fase abstrata e mais madura, que utilizam as cores primárias, neutras, linhas e formas geométricas. Pode ser feito um trabalho de apreciação das obras, com obras impressas em papel fotográfico no tamanho 20x30, afixados no quadro da sala de aula, para a visualização dos alunos, também pode ser realizada uma leitura das obras em grupo, observando as capacidades dos alunos e contextualizado com a história do artista Mondrian, cada aluno também pode receber um breve histórico do artista para colar em seu caderno de artes visuais que auxiliará na leitura das obras
 Iniciando a produção artística dos alunos, associando os assuntos trabalhados nas aulas anteriores com temas pascais. Esse processo pode se dar da seguinte forma, cada aluno recebe uma ou mais casquinhas de ovos e nelas será feito um trabalho de releitura das obras, observadas na aula anterior do artista Piet Mondrian e que estarão novamente afixadas no quadro da sala de aula, para esse trabalho será utilizado tinta guache com cores primárias (vermelho, azul e amarelo) e as cores neutras, na produção artística de releitura de obras dos alunos.

IMAGENS DE PIET MONDRIAN











REFERÊNCIAS

BRASIL. SECRETARIA DE ENSINO FUNDAMENTAL. PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS: ARTEBrasília,1997. Disponível em:<http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/livro06.pdf>. Acesso em : 23 marc. 2014.


COLETO, Daniela Cristina. A IMPORTÂNCIA DA ARTE PARA A FORMAÇÃO DA CRIANÇA. Disponível em: <http://www.conteudo.org.br/index.php/conteudo/article/viewFile/35/34>. Acesso em: 23 mar. 2014.

PILLAR, Analice Dutra (Org.). A EDUCAÇÃO DO OLHAR. Porto Alegre ,5ª edição. Ed. Mediação,2009.